domingo, 14 de agosto de 2011

A Escola e a Família: Parceiras na formação dos sujeitos sociais

A  Escola e a Família:  parceiras na formação dos sujeitos sociais

Cláudia Francisca Honorato¹
                                     
RESUMO
Este artigo apresenta “A Escola e Família: parceiras na formação dos sujeitos sociais” enfatizando a importância da relação e parceria da família com a escola, tendo como objetivos conhecer a história da escola e da família e principalmente, a convivência entre elas nos dias atuais. Para que ocorra a construção de uma parceria entre família e escola faz-se necessário a participação conjunta, desde o planejamento até a execução da prática pedagógica, compreendendo as dificuldades de cada uma dentro do processo de ensino e aprendizagem dos alunos, porém não desistindo da formação dos mesmos enquanto sujeitos sociais envolvidos e atuantes na sociedade globalizada. Tanto a escola quanto a família são instituições que promovem a educação, tornando-se referência na vida de quem a elas é submetido. Ressalta-se que, no século XXI os desafios impostos pelo processo de globalização estão impulsionando o cotidiano da escola e da família, havendo a necessidade de uma parceria firme diante de possíveis rupturas, mudanças nas ações de ambas. Partindo desse pressuposto, o desafio reside em andar junto, convivendo, pois a parceria é de duas partes, de mais idéias e também da possibilidade de mais sucesso. Ninguém une para diminuir e sim para somar. A escola e a família podem ser parceiras inseparáveis, basta unirem os seus ideais em prol do propósito do planejamento, desenvolvimento e prática da cidadania.

Palavras - Chave: Escola. Família. Parceria. Sujeitos. Sociais.
ABSTRACT
This article presents “ The School and Family: partners in the formation of the social subjects ” emphasizing the importance[1] of the relation and partnership of the family with the school, having like objectives know the history of the school and of the family and principally, the familiarity between them in the current days. Why does it take place to construction of a partnership between family and does school do to itself necessarily the joint participation, from the projection up to the execution of the pedagogic practice, understanding the difficulties of each one inside the process of teaching and apprenticeship of the pupils, however not giving up of the formation of same while social wrapped and active subjects in the globalization society. So much the school as for family it is institutions that promote the education, becoming a reference in whose life to them is subjected. it is emphasized that, in the century XXI the challenges imposed by the process of globalization are driving the daily life of the school and of the family, there being the need of a firm partnership before possible breaks, changes in the actions of both. Leaving from this presupposition, the challenge resides in joined floor, coexisting, since the partnership is two parts, more ideas and also the possibility of more success. Nobody adheres to lessen and yes to add up. The school and the family can be inseparable partners, it is enough to join his ideals on behalf of the purpose of the projection, development and practice of the citizenship.

Key- words: School. Family. Partnership. Subjects. Social

1 INTRODUÇÃO
             Aprender a viver em sociedade não se dá apenas no âmbito familiar. A escola, a comunidade, enfim, todo o entorno social contribui com essa aprendizagem. À medida que a sociedade vai se tornando mais complexa, maiores são as redes relacionais e os conseqüentes resultados dessas relações. Antigamente, a tarefa de construir valores e atitudes era exclusivamente da família. Hoje, as crianças vão cada vez mais cedo para berçários, creches e escolas de originando uma nova filosofia para os educadores e a para escola, que é a grande parceira da família.
              Historicamente, a escola e a família, tal qual as conhecemos hoje, são instituições que surgem no seio das diferentes sociedades. Neste contexto, o aluno é filho, cabendo a escola a educação formal com processos bem definidos que apontem bons resultados no ensino e na aprendizagem. Já na família a educação ocorre  informalmente e é percebida desde o nascimento, momento em que as menores manifestações indicam a necessidade do cuidar / ensinando os primeiros movimentos.
               Neste artigo o tema: “A  Escola e a família: parceiras na formação dos sujeitos sociais” propõe uma pesquisa que enfatize a importância da relação e parceria da família com a escola tendo como objetivos conhecer a história da escola e da família no Brasil e principalmente, a convivência entre elas nos dias atuais. Busca-se aqui, a participação conjunta desde o planejamento até a execução da prática pedagógica. Uma precisa da outra, uma vez que, desenvolvem o comportamento humano.
              Normalmente, uma sociedade é composta por diferentes setores que a cada dia confirmam a existência e fortalecimento de diferentes ações que a integre. A família e a escola fazem parte disso, sendo preciso  estarem  conectadas nos mesmos propósitos.
               Ressalta-se que, no século XXI os desafios impostos pelo processo de globalização estão impulsionando o cotidiano da escola e da família, havendo a necessidade de uma parceria firme diante de possíveis rupturas, mudanças nas ações de ambas. Através disso, pode-se pensar com mais clareza não formação do sujeito que realmente consiga conviver em sociedade. Isso acontecendo, essa parceria tem tudo para dar certo.

2  A  ESCOLA E A FAMILIA:  PARCEIRAS NA FORMAÇÃO DOS SUJEITOS SOCIAIS
               Em tempos de globalização, as sociedades vêm deparando com freqüentes mudanças que são decorrentes dos avanços tecnológicos. Por diversos motivos a família tem sido forçada a sair em busca de informações que permita a sua convivência em sociedade. Nesse contexto, a escola passou a ser o lugar mais comum para a ocorrência da disseminação de conhecimentos.

A educação [...] insere-se no conjunto das relações sociais, econômicas, políticas, culturais que caracterizam uma sociedade [...] na sociedade presente, as relações sociais são marcadas por antagonismos entre os interesses de classes sociais e grupos sociais, que se manifestam em relações de poder. (LIBÂNEO, 2000, p. 71).

Mas, a família também não fica atrás nesse contexto, pois através de sua organização vem percebendo que a aquisição de informação facilita a inserção nos diferentes setores dentro da sociedade. E, isso é muito importante. Sabe-se que, nos seio da família é que tudo começa. Desde cedo, os pais e ou responsáveis instruem, ensinam, e preocupam com a aprendizagem dos filhos. Diz Fernandes       ( 2001; p.42) que:

A  família também é responsável pela aprendizagem da criança, já que os pais são os primeiros ensinantes e as atitudes destes frente às emergências de autoria, se repetidas constantemente, irão determinar a modalidade de aprendizagem dos filhos.

            Historicamente, a família foi instituída na humanidade tendo como referência pai, mãe e filhos o que permaneceu até a Idade Média e cada uma tem seus critérios para a educação dos filhos.  No século XIX, a família não se relacionava facilmente com a escola. Assim, os valores morais, etiqueta e postura social eram aprendido, enquanto para escolas iam aqueles que eram liberados para receber outras instruções em casa. A Idade Moderna faz com a escola ensine para o mercado de trabalho, com isso as famílias vêem importância em deixar que seus filhos saiam de casa para irem a escola, tendo em vista um bom trabalho.

A família não é um simples fenômeno natural. Ela é uma instituição social variando através da história e apresenta formas e finalidades diversas numa mesma época e lugar, conforme o grupo social que esteja. (PRADO, 1981, p 12)

            Com o surgimento da escola a família se viu mais amparada para “(...) planejar e estabelecer compromissos e acordos mínimos (...)” (Bassedas, 1996, p.35) para investir no processo educativo. Ou seja, a escola tem por função participar da  organização da sociedade.

A escola tem um papel preponderante na contribuição do sujeito, tanto do ponto de vista de seu desenvolvimento pessoal e emocional, quanto da constituição da identidade, além de sua inscrição futura na sociedade. (SYMANSKI, 2001, p 90)

            Entretanto, a família por ser um grupo social básico ela recebe interferência de toda a sociedade. Em geral, a ela contribui para o fortalecimento da cultura e pela disseminação de regras de convivência, o que propicia o desenrolar de um processo de educação que marca o sujeito em todas as fases de sua vida.
            Cabe aqui, ressaltar que, a família tem o poder de transformação, de aceitação e com certeza de formação do sujeito e é o lugar onde as diferenças são inicialmente percebidas. A família surgiu antes da sociedade e da escola.
            Quanto a escola foi criada com um função simples, porém bastante complexa a de servir as necessidades da sociedade. O que não é simples, nem fácil, mas possível desde que consiga envolver a família.

A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade educacional da família jamais cessará. Uma vez escolhida a escola, a relação com ela apenas começa. É preciso o diálogo entre escola, pais e filhos. (REIS, 2007, p. 6).

  
                 Daí, por diante o século XX iniciou com muitas transformações sociais que implicaram na organização da família e no trabalho pedagógico dentro da escola e isso é percebido clareza ainda hoje. Interferindo, nas formas de lideranças, na quantidade de membros, no perfil dos alunos, ampliando a divisão do trabalho, repensando valores e conduta.

Uma das transformações mais significativas na vida doméstica e que redunda em mudanças na dinâmica é a crescente participação do sexo feminino na força de trabalho, em conseqüência das dificuldades enfrentadas pelas famílias. (ROMANELLI, 2005, p.77)

Sem dúvida, no Brasil, tal repercussão teve seu ápice nos anos 1990, devido ao surgimento de legislações bem específicas que intensificaram inúmeras ações e manifestações em todo o território nacional. Onde a escola passou protagonizar o pape de construção de conhecimentos que possam dar aos alunos condições de conscientemente, sejam formados para conviver em sociedade. O processo educativo a partir desse período foi socializado, garantido direitos aos alunos dos diferentes níveis e modalidades de ensino.

 [...] e toda pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais também possuem o direito de serem senão educados, ao menos, informados no tocante à melhor educação a ser proporcionada a  seus filhos. (PIAGET, 2007, p. 50)

Nos dias atuais, por força de lei a escola e a família constantemente são  envolvidas em questões referentes a formação dos sujeitos sociais, sendo: a Constituição Federal , em seu artigo 205 estabelece que “ [...] a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania sua qualificação para o trabalho”. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no seu artigo 4º discorre que é “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. Também a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB 9394 / 96, no artigo 1º aponta que: “a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações  culturais”.
                Partindo desse pressuposto, a relação entre a escola e a família precisa virar uma parceria forte, transparente e duradoura. Elas estão juntas em todos os processos que envolvem um novo olhar para a sociedade. E, nos tempos em que vivemos onde a informação tem movido as nações de forma tão significativa, ter a família e escola como multiplicadoras de conhecimentos têm-se tornado a situação mais comum e esperada por todos. Isto deixa claro que, uma precisa da outra e que juntas são fortes, mais compreendidas e atuantes.

Segundo o próprio Piaget ( 1972/ 2000; p.50):

Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva pois a muita coisa mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, freqüentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades (...)
          Porém, a família e a escola devem incondicionalmente se ajudarem, sem esconder ou isolar e sim tratarem o processo educativo com um olhar a mais, objetivando a formação de sujeitos sociais capazes de agirem, interferirem e mudarem a realidade na qual estão inseridos. Ambas têm nos dias atuais o desafio  em seu cotidiano de atender as necessidades de seus alunos quanto a aquisição de conteúdos e formação enquanto sujeitos sociais. Implicando, no exercício real da cidadania. E, a parceria é possível desde que haja interesse e vontade das mesmas.


3   CONSIDERAÇÕES  FINAIS

             Ocorrendo a parceria entre a família e a escola implica em repensar a prática pedagógica, pois o que se objetiva uma relação positiva e com bons resultados. Entende-se que, para dar certo as responsabilidades devem ser divididas e transparentes, sem vaidades e com compromisso.
              Com isso, o desafio reside em andar junto, convivendo, estando atento as inovações impostas pela sociedade globalizada. Aprendendo a conviver, democratizando as oportunidades, os acessos e principalmente os conhecimentos. A sociedade só tem a ganhar com isso.
              Isso posto, a formação de sujeitos sociais vai acontecendo na família e na escola e estes estarão em constante desenvolvimento de uma participação ativa. Atuando em tempo, tomando decisões que possam mudar as suas vidas e as de seus semelhantes.
               Parceria é de duas partes, de mais idéias e também da possibilidade de mais sucesso. Ninguém une para diminuir e sim para somar. A escola e a família podem ser parceiras e  inseparáveis, basta unirem os seus ideais em prol do propósito do planejamento, desenvolvimento e prática da cidadania.
               Tal parceria, dá certo desde que haja compromisso  das partes querendo e fazendo juntas, sem competição, mas com o  interesse simples na formação dos sujeitos sociais, os que vão conviver em uma sociedade avançada tecnologicamente munida por recursos que estarão à disposição deles.

REFERÊNCIAS
ARANHA, M.L. DE A. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 1989.
BASSEDAS, E., et.al. Intervenção Educativa e Diagnóstico Psicopedagógico. Porto Alegre: Artmed, 1996.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96. Brasília. MEC. 1996.
_______. Ministério da Educação. Estatuto da Criança e do Adolescente 8069/90. Brasília. MEC. 2004.
_______ Constituição Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Ministérios das Comunicações, 1988.
FERNANDES, Alicia. O saber em jogo. Porto Alegre: Artmed, 2001.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 2000.
PIAGET, Jean. Para onde vai à educação. Rio de Janeiro. José Olímpio, 2007.

PIAGET, J. Para onde vai a educação. José Olympio ed. 15a edição. Rio de Janeiro, 1972/2000.
PRADO, Danda. O que é família. 1 ed. São Paulo: Brasiliense, 1981. (Coleção Primeiros Passos).
REIS, Risolene Pereira. In: Mundo Jovem. São Paulo. Fev. 2002.
ROMANELLI, G. Autoridade e poder na família. IN: Carvalho, M. Família contemporânea em debate. São Paulo.: EDUC/ Cortez, 2005.
SYMANSKI, Heloisa. A relação família/escola: desafios e perspectivas. Brasília: Plano, 2001.



¹Graduada em Pedagogia pela Fundação Mineira de Educação e Cultura ( FUMEC), Pós-Graduada em Psicopedagogia.

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