Profª
Cláudia Honorato
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INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea passa por um
momento singular em que as mudanças são muito expressivas. A cada dia, surgem
novas tecnologias que são
inseridas e influenciam o ritmo
de vida e alteram as relações entre as pessoas. A inserção irreversível da
mulher no mercado de trabalho tem provocado sensíveis transformações no modelo
familiar e, com isso, diferentes instituições educacionais são criadas para
atender ou cuidar de nossas crianças. As mudanças são tantas nos mais variados
setores, que podemos dizer que hoje vivemos não uma época de mudanças, mas uma
mudança de época. Estamos no terceiro milênio, globalizados e numa sociedade de
mercado em busca da modernização.
Na história da humanidade existiram muitas formas de agressão e violência.
Nota-se que, apesar do século XXI contemplar resultados quanto a conquistas de
direitos humanos e avanços tecnológicos vem destacando-se um fenômeno
denominado Ciberbullying ou Bullying Virtual e isso tem despertado o interesse
de muitos estudiosos, uma vez que, tem deixado muita gente preocupada com o seu
alcance nas diferentes classes dentro das sociedades.
Tal fenômeno tornou-se uma prática que ressalta uma forma de violência que está
ganhando proporções absurdas, invadindo diferentes espaços educativos, sendo
disseminada através dos meios globalizados de comunicação. São eles email,
telefones, mensagens por pager ou celular, fotos digitais, webcam, twitter,
torpedos, blogs e principalmente pelo MSN. Nesse contexto, a internet
destaca-se como por ser um espaço tecnológico amplo e com velocidade para
propagar e fidelizar os horrores provocados pelo Ciberbullying.
Todavia, o bullying significa que ocorreu violência verbal, física entre outras
de reincidente e intencional em algum lugar e com qualquer pessoa, não
escolhendo idade, sexo, raça, condição financeira no mundo real. Já
o bullying virtual depende da internet para os seus
agressores na maioria das vezes anônimos promovam essa violência. A soma do
bullying com bullying virtual resulta em Ciberbullying.
Nota-se que, este projeto trata do Ciberbullying na vida das
pessoas, considerando a escola com um espaço onde há uma crescente desta
violência entre educandos, atingindo até mesmo os educadores e gestores, tendo
como objetivo a compreensão do desenvolvimento psicológico, social e cognitivo
dos educandos que sofreram algum tipo desta violência.
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA
O termo inglês bullying define-se
como intimidação, designando as práticas de atos agressivos, como perseguição,
discriminação e humilhação. O cyberbullying é um
tema relativamente novo na literatura que
envolve a utilização das tecnologias digitais para promover
constrangimento moral ou psicológico (MAIDEL, 2009, p.45).
Diante do Ciberbullying, muitas pessoas sentem-se inseguras
quanto em quem e no que acreditar, pois ainda falta uma legislação bem
específica para punir tais atos. Infelizmente,
ainda tem muitos que os comete porque têm certeza da impunidade.
No contexto escolar, percebe-se que os educadores também estão em dúvida sobre quais
caminhos devem seguir e ensinar aos seus educandos. Desse
modo, manifestam que os bons valores de outrora estão sendo desconsiderados e
analisam tal fenômeno como plena crise de moralidade. Essa situação traduz uma
ótica pessimista e conduz, inevitavelmente, a uma reflexão sobre os valores
morais e a ética para a formação
da cidadania.
1.2
PROBLEMA
Como o fenômeno “Ciberbullying” interfere no desenvolvimento
psicológico, social e cognitivo dos educandos?
2
HIPÓTESE
· O fenômeno do “Ciberbullying” causa constrangimento, assédio,
difamação e violação da intimidade do educando.
· Os recursos disponibilizados para as escolas não são suficientes
para interferir e minimizar esse fenômeno social.
· Nota-se que, no Brasil o número de profissionais capacitados para
lidar com esse fenômeno não é suficiente devido à proporção desta violência que
surgem nas escolas.
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OBJETIVO GERAL
Sensibilizar educadores e educandos para o fenômeno
“Ciberbullying”e suas contribuições para a minimização desse problema.
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Planejar palestras e rodas de conversa para debater sobre o tema,
assim como esclarecer à comunidade educativa a dimensão do fenômeno
“Ciberbullying” e suas conseqüências no desenvolvimento dos educandos;
· Propôr palestras e ou ações em formação continuada aos educadores
e demais membros da comunidade educativa abordando “Bullying e Ciberbullying,
na perspectiva sociológica, psicológica e jurídica do tema;
· Evitar posturas alarmistas e aterrorizantes quanto ao
“Ciberbullying” e seus efeitos, pois os educandos tendem a captar tais atitudes
como demonstração de insegurança dos adultos.
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JUSTIFICATIVA
O mundo globalizado tem promovido o crescimento acelerado da comunicação
digital fortalecendo um fenômeno antigo, a violência, porém num ambiente novo,
denominado por “ciberespaço”.
A educação
[...] insere-se no conjunto das relações sociais, econômicas, políticas,
culturais que caracterizam uma sociedade [...] na sociedade presente, as
relações sociais são marcadas por antagonismos entre os interesses de classes
sociais e grupos sociais, que se manifestam em relações de poder (LIBÂNEO,
2000, p. 71).
Para tanto, nos dias de hoje é cada vez mais comum crianças e jovens e crianças
se tornarem usuários ativos das redes sociais utilizando os meios digitais
de comunicação para se comunicar e também para provocar atos violência
que configura o Ciberbullying. E, como usuários estes jovens diariamente
promovem atos agressivos agindo individualmente ou em grupo com outros colegas.
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As novas tecnologias do século XXI fizeram surgir o conceito de Ciberbullying
colocando a disposição dos usuários recursos tecnológicos que
facilitam o impacto e as barreiras quanto a tempo e espaço. Cabe ressaltar que,
na internet há muita comunicação em tempo real em qual localidade do mundo que
tiver um terminal de computador conectado.
A
espacialidade criada pela rede mundial de computadores, o ciberespaço, está
para a contemporaneidade como a eletricidade esteve para a era industrial,
tendo em vista que a velocidade e a flexibilidade com que as informações
passaram a ser trocadas possibilitaram a organização da sociedade em redes,
base da Era da Informação (CASTELLS, 2003, p. 48).
Portanto, qualquer discussão envolvendo o Ciberbullying refere-se às violências
oriundas da interação entre os usuários. Isto é, remetem aos atos capazes de
causar exposição desnecessária, constrangimento, ameaça ou humilhação a um
determinado usuário, invadindo assim a sua vida pessoal.
O
bullying, palavra derivada do verbo inglês bully (termo utilizado para designar
pessoa cruel, intimidadora, muitas vezes agressiva) significa usar a
superioridade física ou moral para intimidar alguém. O termo, adotado em vários
países, vem definir todo tipo de comportamento agressivo, intencional e
repetido inerente às relações interpessoais. Ofender, zoar, gozar, encarnar,
sacanear, humilhar, discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar,
perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, bater,
chutar, empurrar, ferir, roubar e quebrar pertences são comportamentos típicos
do
fenômeno
(GUIMARÃES, 1994. p.36).
O Ciberbullying deve ser definido com o bullying praticado com uso de
tecnologias. A qualificação do bullying como ato pessoal entre duas pessoas ou um
grupo. A rigor, assim como o bullying presencial, o virtual configura-se
a partir da sua reincidência. Percebe-se que, os tipos de Ciberbullying são
variados, cada um com sua característica e podem estar presentes em qualquer
localidade, a qualquer momento. Sua ocorrência tem a ver com o constante acesso
de suas vítimas em ambientes comuns nas redes sociais. Em outras palavras, para
melhor exemplificar seguem uma lista de atos
cometidos por agressores do Ciberbullying, sendo:
1.
Provocação incendiária: brigas, discussões iniciadas online por meio de
mensagens eletrônicas que utilizam linguagem vulgar e ofensiva. Esse tipo de
agressão habitualmente tem um início brusco e um aumento em torno da discussão
muito rápido; 2. Assédio: envio de mensagens ofensivas, desagradáveis e/ou
insultantes; 3. Difamação: injuriar ou difamar alguém online, mandando rumores,
fofocas ou mentiras, normalmente de tipo ofensivo e cruel, para causar danos à
imagem ou à reputação de alguém e suas relações com outras pessoas; 4.
Suplantação da personalidade: usar os dados pessoais ou a aparência de uma
pessoa para se fazer passar por ela e fazê-la ficar mal frente aos demais,
cometer atos inapropriados, causar danos à reputação ou gerar conflitos com
seus conhecidos; 5. Violação da intimidade ou jogo sujo: difundir os segredos,
informação comprometedora ou imagens de alguém online. Em alguns casos pode-se
enganar alguém para que ele mesmo seja quem as divulgue sem saber sua
repercussão; 6. Exclusão: distanciar alguém de modo intencional de um grupo
online; 7. Ciberameaça: envio repetido de mensagens que incluem ameaças ou
muito intimidadoras. Pode incluir que o ameaçador se inscreve em atividades em
que a vítima participa de modo que essa se sinta perseguida e vulnerável (ORTEGA;
MORA-MERCHÁN, 2007, p.45).
As pessoas envolvidas com o Ciberbullying são vítimas de atos
violentos, sofrem com a exclusão e isso é muito ruim, pois provoca nas mesmas
algum tipo de comprometimento quanto ao desenvolvimento
psicológico, social ou cognitivo. Acredita-se que, pelo anonimato que tais atos tomam um
caráter bem mais agressivo, levando a vingança e revanche.
Historicamente, o Ciberbullying surgiu em 2006 nos Estados Unidos a
partir de namoros virtuais em sites específicos e ou espaços individuais,
tendo como fator motivador inúmeros trotes passados por uma dona de casa
enviando seu perfil falso para conquistar / assediar amorosamente outros
homens.
No Brasil, a preocupação com o Cyberbullying vem avançando onde os educadores e
familiares tem a incumbência de identificar e intervir nos casos com o objetivo
que a situação violência acabe. No cotidiano escolar observa-se que o comportamento do aluno é reflexo das
experiências vividas no meio familiar e social. É comum encontrar alunos
problemáticos que são filhos de famílias desestruturadas, onde um dos pais é
ausente por algum motivo ou não dão a devida importância para a vida escolar e
social do filho. Apesar dessa importante observação, não se pode atribuir a
esse fator como sendo a única causa do problema. É importante perceber que cada
indivíduo responde diferentemente aos estímulos provindos do meio.
Conforme Abramovay (2009, p.123) podem-se classificar as distintas
violências como: violência dura (gestos e atos físicos, como agressões, roubos,
assassinatos, estupros etc.), microviolências, incivilidades ou violência
simbólicas (como ameaças, insultos, humilhações, olhares, silêncios, zombarias,
estigmas e preconceitos que atuam, sobretudo, no campo das subjetividades) ou
conflitos sociais como escravidão, racismo, desigualdade social, de gênero,
dominação econômica, disputa de território etc.
As conseqüências psicológicas, sociais
e cognitivas deixadas pelo Ciberbullying podem ser desastrosas para
as vítimas, onde podem surgir doenças graves e permanentes como transtorno do
pânico, fobia escolar, fobia social, depressão, transtorno de ansiedade,
anorexia, bulimia, suicídio, homicídio entre outros.
Partindo do exposto, fica evidenciado que é de fundamental importância que
Ciberbullying como tema em destaque no momento seja discutido nos diferentes
espaços educativos, buscando propostas que visem uma conscientização quanto um
nova postura, uma formação da personalidade e do caráter, conduzindo a
cidadania. Mas, as ações não podem ocorrer de forma isolada, há sim que
envolver a sociedade como um problema de saúde pública desde século XXI. Nesse
sentido, cabe a família, espaços educativos, principalmente, a escola e do poder
público o papel a elaboração de ações para proteção consciente quanto ao mundo
atual e as violências advindas dele.
6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para desenvolvimento do projeto destaca-se:
· Estudos e referências de cunho bibliográfico para embasamento de
toda prática educativa;
· Envolver toda a comunidade educativa em reuniões, debates, fóruns
e outros na discussão, elaboração, pratica pedagógica das ações que envolvem as
orientações, procedimentos quanto a não ser vítima do Ciberbullying.
7 RESULTADOS
ESPERADOS
O entendimento sobre o Cyberbullying é fundamental a toda comunidade educativa.
O fenômeno vem ocorrendo dentro de fora dos espaços educativos, porém a escola
o evidencia com mais freqüência por ser um espaço de produção de conhecimentos.
Entretanto, como resultados espera-se:
· Esclarecer à comunidade educativa a dimensão do fenômeno
“Ciberbullying” e suas conseqüências no desenvolvimento dos educandos;
· Formação continuada aos educadores, pais e ou responsáveis e
demais membros da comunidade educativa abordando “Bullying e Ciberbullying, na
perspectiva sociológica, psicológica e jurídica do tema;
· Evitar posturas alarmistas e aterrorizantes quanto ao
“Ciberbullying” e seus efeitos, pois os educandos tendem a captar tais atitudes
como demonstração de insegurança dos adultos.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMOVAY, Miriam; CUNHA,
Anna Lúcia; CALAF, Priscila. Revelando
tramas, descobrindo segredos: violência
e convivência nas escolas. Brasília: RITLA/SEDF, 2009.
CASTELLS, Manuel. A
galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade.
Rio de Janeiro Jor;Ge Zahar Editor, 2003.
GUIMARÃES, Janaína Rosa.
Disponível em: http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia_articuladas .aspx?cod=80895. Acesso em: 30 10 12.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para
quê? São Paulo: Cortez, 2000.
MAIDEL, Simone. Cyberbulliyng: um novo risco advindo das tecnologias
digitais. Revista Electrónica de Investigación y Docencia (REID). pag. 113-119. Junho de 2009.
ORTEGA, Rosario & MORA-MERCHÁN, Joaquín A. The New Forms of School
Bullying and Violence. In: Acting Against School Bullying and Violence.
Landau: Verlag Empirische Pädagogik, 2007.